A Prefeitura de Balneário Camboriú realizou duas internações involuntárias de homens em situação de rua entre a noite de quinta-feira (13) e a madrugada de sexta (14). A ação envolveu as secretarias de Assistência Social, Mulher e Família, Saúde e Segurança, após a homologação da contratação de vagas em uma clínica credenciada de reabilitação.
Segundo a equipe da Abordagem Social, os internos, de 41 e 38 anos, estavam na lista de monitoramento da Assistência Social com prioridade alta para internação.
Um deles, natural do Amapá, era acompanhado desde o ano passado. Dependente químico, apresentava comportamento agressivo e recusava orientações das equipes, vivendo em condições degradantes nas ruas.
O outro homem era atendido desde 2017, mas não aceitava ajuda ou tratamento. Segundo a prefeitura, demonstrava agressividade com equipes e cidadãos, acumulava lixo em passeios públicos e é suspeito de furtos no comércio.
“São pessoas que nitidamente precisam de ajuda e não conseguem, no momento, responder por seus atos. Eles estavam, inclusive, na nossa lista de prioridades”, ressalta o diretor da Abordagem Social, Amarildo Sartor.
A prefeita Juliana Pavan afirma que a medida busca proteger vidas e manter a ordem no município.
“As internações involuntárias são sempre a última alternativa, tomadas com responsabilidade e base técnica, mas necessárias quando a pessoa perdeu completamente sua capacidade de autocuidado e coloca a própria integridade e a de outros em risco. Estamos agindo para cuidar de quem mais precisa, sem deixar de lado a segurança da população”, pontua.
O secretário de Assistência Social, Mulher e Família, Omar Tomalih, destaca o papel das equipes no processo.
“Estamos falando de pessoas que, há anos, vivem em condições degradantes, sem controle sobre suas escolhas. Ao retomarmos as internações involuntárias, garantimos que elas recebam tratamento adequado e, ao mesmo tempo, asseguramos tranquilidade para quem vive e trabalha na nossa cidade. É uma medida de cuidado, mas também de proteção coletiva”, afirma.
As internações involuntárias estavam suspensas por decisão judicial que investigava suspeitas de tortura e maus-tratos em abordagens anteriores. Em 2025, o município retomou o debate com o Ministério Público e firmou um acordo com o MPSC para regulamentar a prática com base em critérios legais e de proteção à dignidade das pessoas em situação de rua.







