A Prefeitura de Balneário Camboriú, por meio da Emasa, firmou um termo de cooperação com a empresa Wastech Brasil para testar uma tecnologia inovadora capaz de transformar o lodo gerado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em pedra inerte. O município é o primeiro do país a participar da pesquisa, que também conta com o acompanhamento de uma universidade de São Paulo. A iniciativa pode resultar em royalties pelo uso da marca e viabilização do processo.
Atualmente, a Emasa envia cerca de 20 toneladas de lodo por dia a aterros sanitários, com custo anual estimado em R$ 4,9 milhões. A nova tecnologia reduz o volume do resíduo a 300 quilos de pó contaminado por tonelada, que passa por uma segunda etapa de tratamento e gera cerca de 30 quilos de pedra sólida, não poluente e reutilizável. O processo utiliza arco de plasma com temperaturas superiores a 5 mil graus Celsius, podendo chegar a 30 mil graus, o que elimina os poluentes.
A prefeita Juliana Pavan destacou o caráter inovador do projeto. “Estamos falando de uma tecnologia que pode transformar um passivo ambiental em um ativo com valor agregado, sem custos para a cidade nesta fase inicial”, disse. Ela ainda enfatizou o potencial da iniciativa em promover economia e sustentabilidade.
A parceria prevê a instalação de uma peça piloto na ETE, sem custos para o município. A Emasa oferecerá apenas estrutura e espaço para os testes, conduzidos por técnicos da Wastech Brasil, com acompanhamento da equipe técnica municipal.
O diretor-presidente da Emasa, Auri Pavoni, avaliou a medida como um avanço estratégico.
“Essa é uma oportunidade inédita de transformar um problema ambiental em solução. […] Temos um passivo ambiental de muitos anos, das antigas lagoas de tratamento do tempo da Casan. Com muita responsabilidade, a prefeita Juliana nos pediu para que buscássemos essas soluções”, afirmou.
O projeto que fundamenta a proposta está em estudo há 14 anos. Os testes de certificação devem ocorrer nos próximos meses, com análise de resultados e avaliação para possível aplicação em larga escala.
Se bem-sucedida, a tecnologia poderá posicionar Balneário Camboriú como referência nacional no reaproveitamento de resíduos de esgoto. Paralelamente, a Emasa mantém outros acordos para ampliar o uso de tecnologia nos serviços de água e saneamento.