Pai e filho que estavam dados como desaparecidos foram encontrados por volta das 14h30 desta terça-feira (02) em uma área de mata próxima ao Morro do Careca, em Balneário Camboriú. A localização foi feita por uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar, durante uma força-tarefa que reuniu também a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) e a Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC).
De acordo com o delegado Vicente Soares, da Divisão de Investigação Criminal (DIC), as informações sobre o desaparecimento começaram a se fortalecer a partir de domingo.
“Começamos as diligências, no sábado e na sexta a Polícia Militar também já estava fazendo as diligências. Ontem fomos atrás de informações, identificamos movimentações bancárias e vimos que todas tinham ocorrido só na quinta-feira. Eles tinham ido ao shopping e depois desapareceram. O carro foi encontrado na Estrada da Rainha e marcamos as buscas para hoje. Em uma diligência dos bombeiros, eles já encontraram os dois numa área de mata próximo à Praia das Conchas. Relataram de início que estariam acampando, querendo ficar longe do mundo digital, longe de TV, internet e celulares”, afirmou.
A delegada Luana Backes detalhou a situação.
“Desde quinta-feira, dia 28 de agosto, ele esteve no shopping com o filho e logo após descartou dois iPhones em uma obra porque queria se desvincular do mundo digital. Em seguida, abandonou o carro na Estrada da Rainha e os dois foram para o mato apenas com a roupa do corpo. Segundo ele, queria reproduzir ‘Largados e Pelados’ com o filho, ensinando-o a sobreviver sem equipamentos. Eles ficaram desde quinta-feira até hoje, mesmo com chuva, sem alimento, apenas improvisando uma barraca com compensado e folhas. O menino estava com bastante fome e sede, tanto que logo após o resgate comeu bolo, pão e tomou água”, relatou.
Ainda segundo a delegada, a conduta expôs o adolescente a risco.
“Entendemos que se trata do crime de expor a perigo a saúde de outrem, com pena de até um ano. Foi instaurado termo circunstanciado e o Conselho Tutelar foi acionado para verificar a situação de vulnerabilidade do adolescente.”
O caso seguirá com os trâmites legais na Delegacia de Polícia.